sexta-feira, 29 de julho de 2016

#ProjetoBlockbuster [Semana #18] - BÔNUS - Batman: A Piada Mortal




[Continuando...2/2]

E lá vamos nós, pra postagem final de hoje!
Este filme é o primeiro que escolhi pra assistir essa semana, em razão do seu tão aguardado lançamento. Ok, aqui no Brasil não foi um lançamento propriamente dito, porque só iremos receber as cópias em DVD pra comprar, mas foi liberado um dia (isso mesmo, apenas UM DIA) pra rede Cinemark de cinemas exibir algumas poucas sessões nas salas brasileiras, com cadeiras disputadíssimas! A exibição ocorreu na última segunda-feira, 25/07, e desde então não se fala de outra coisa.
Quem aqui teve o privilégio de assistir uma das adaptações mais aguardadas da DC?



  • Título: Batman: A Piada Mortal (Original: "Batman: The Killing Joke")
  • Ano: 2016
  • Gênero: Ação / Animação





Sinopse: O que leva uma pessoa a surtar? O quanto de desespero é necessário para uma mente se partir? Essas são as questões perversas que o Coringa que responder, mostrando para Gotham que um homem comum como o Comissário Gordon pode estar apenas a um dia ruim de se entregar à insanidade. Baseada na aclamada história em quadrinhos da DC Comics, testemunhe a jornada dentro da psique obscura do Palhaço do Crime. Acompanhe sua cômica origem humilde até seu encontro fatídico com o Cavaleiro das Trevas que mudou tudo. Com o retorno de Kevin Conroy como Batman e Mark Hamill como o Coringa, assista ao nascimento de um super-vilão, a grandeza de um herói e uma piada que vai te deixar sem palavras. [fonte]



Trailer:






Opinião: Ahh...A Piada Mortal. Desde o seu lançamento ela é considerada pelos fãs não só do Batman ou Coringa, mas da DC, como uma de suas eternas obras-primas. A escrita de Alan Moore juntamente com o traço e coloração sombrios de Brian Bolland fazem sucesso desde o seu lançamento em 1988, ganhando edição de luxo neste último ano, e é lógico que os fãs foram à loucura quando foi anunciado no início deste ano que A Piada Mortal viraria animação de forma oficial, baseada exclusivamente na HQ. Sobre ela, já temos um artigo (atenção, com spoilers) aqui no blog, que pode ser lido bem aqui.
Agora vamos ao filme.
A ideia era fazer com que a HQ se encaixasse praticamente quadro a quadro com o filme, mas considerando que são menos de 100 páginas, umas história que pode ser lida em cerca de 1 hora, trataram de colocar uma espécie de prefácio ilustrado. A animação começa narrada pela Batgirl Barbara Gordon e mostra sua relação com o Homem Morcego durante um caso envolvendo um dos maiores chefões de Gotham e seu sobrinho interesseiro. Este último fica obcecado pela Batgirl e faz de tudo pra envolvê-la em seus joguinhos, deixando claro que ele era sem dúvida um grande psicopata. Observando isso, o Batman exclui sua parceira da missão, temendo pela sua integridade, já que o jovem bandido torna tudo muito pessoal e pode colocar tudo a perder. Teimosa e obstinada, a Batgirl vai contra as ordem do "patrão" e está sempre se envolvendo mais e mais no caso, o que tira a paciência do Batman. Durante uma discussão, ela acaba expondo sua fragilidade e mostra que tem sentimentos por ele e isso tudo acaba numa cena bem polêmica, que tem dividido as pessoas pelo que li na internet. Depois, vemos Barbara desabafando sobre esses sentimentos com um amigo e pronto...foi o suficiente pro povo meter a boca, achar que tava errado, que diminuíram a personagem, que quiseram mostrar que ela é uma mulher fraca e blábláblá. Gente, pelo amor de Deus....qual o problema de ter sentimentos??? Todo mundo se apaixona, se sente confuso, pensativo, fica inseguro...porque uma heroína deveria ser diferente? Ela é humana, não um robô. As pessoas gostam de ver defeito em tudo, eu achei super normal e não achei que ela foi diminuída em nenhum momento. Que povo chato! Além disso, toda essa histórinha com o Batman não a impediu de definir o caso e ser a peça fundamental para o ponto final na captura do psicopata metido a bandido. Nada disso a fez deixar de ser uma heroína incrível e com muita habilidade.
Enfim...após esses acontecimentos, ela sente que é o momento de abandonar o manto de Batgirl para não misturar as coisas e também por discordar que deve seguir tudo que o Batman manda à risca. Apesar de não aparecer nada disso na HQ e da história ter sido um tantinho adaptada da original, eu achei que coube muito bem, pois Barbara aparece do nada mais pra frente e apenas quem conhece a sua história saberia distinguir o que está acontecendo. Pra mim, foi uma inclusão válida que faz com que tudo relacionado a ela no decorrer da animação faça mais sentido, além de ajudar aqueles que não conhecem bem os personagens a se conectar melhor com eles mais pra frente.
Ok, ao final deste arco é que vemos iniciar o que conhecemos de A Piada Mortal, com o Batman sendo chamado pra uma missão e logo após ele vai até o Asilo Arkham encontrar com o Coringa, que se encontra "teoricamente" encarcerado. Rapidamente descobrimos que não, e vemos o Palhaço do Crime tramando mais um de seus planos lunáticos. A primeira vítima deste plano é nossa ex-Batgirl (daí o porquê achei legal ter falado sobre ela no início), que é filha do Comissário Gordon, e este fica horrorizado ao ser testemunha do que foi feita à sua filha, mas é levado pelo Coringa e sua corja de ajudantes para um velho Parque de Diversões, onde irá continuar com suas maldades. Muitos de vocês sabem o que acontece aqui, mas vou deixar no ar em respeito a alguém que ainda não conheça a história. Aos curiosos, eu contei tudo no outro artigo obre a Piada Mortal, este aqui.
Bom, o objetivo final do Coringa é mostrar que qualquer pessoa pode ficar louca após ter apenas um dia ruim...isso seria o suficiente pra mudar seu modo de pensar e agir, assim como aconteceu com ele. Bem como pode ser lido na HQ, assistimos aos flashbacks de quando o Coringa era apenas um cara comum e tudo o que aconteceu para que ele se tornasse o vilão que conhecemos hoje. Baseado nisso, ele captura o Comissário Gordon, conhecido por sua alta moral, equilíbrio e senso de justiça, para usá-lo como objeto de estudo. Após o ataque em sua filha Barbara, ele o leva ao parque de diversões e tenta fazer uma espécie de lavagem cerebral, expondo Gordon a torturas, humilhação e obrigando-o a ver imagens terríveis da filha. Aí é logico...ele quer mostrar sua nova proeza ao seu velho amigo Batman, lhe enviando um convite para comparecer ao local. Não sei medir se esse é o ápice definitivo da história, mas com certeza é um dos mais marcantes! É quando o Coringa expõe a todos suas teorias de como qualquer um está sujeito a enlouquecer depois de um dia ruim, defendendo sua tese de uma maneira que quase chega a convencer o expectador. Essa parte em especial achei que bem foi bem mais impactante na HQ.
Após a finalização do caso e término dos acontecimento dos quadrinhos, temos uma cena pós-crédito. Achei ela incrivelmente bem pensada pra dar o ponto final da animação, muito coerente e bem colocada...mas ela tem um único problema: só fará sentido pra quem conhece ao menos um pouco da história posterior. Fora isso, quem assistir à cena vai ficar com ela no ar e não vai acrescentar tanta coisa.
Agora, as considerações a respeito da animação.
Li várias críticas apontando erros e colocando defeitos no filme, muitos com ênfase no caso da Batgirl no início, mas já opinei sobre isso mais acima, achei uma boa ideia mostrá-la antes dos acontecimentos e tem muito reclamão colocando problema onde não tem. Ponto.
Com relação ao andamento da história, fiquei chocada ao ver que realmente parece que os quadrinhos foram transpostos em forma de animação...a sincronia com a HQ é quase cirúrgica! Lógico que algumas cenas foram encorpadas, pois quem conhece o quadrinho sabe que há páginas em que praticamente não há diálogo e nem narração, são apenas figuras que nos dão ideia do que está acontecendo. No filme elas ganham mais movimento e diálogo pra não ficar nada muito parado ou vazio (não que a HQ passe essa ideia, só pra esclarecer). Ver este filme é como abrir a sua revista em quadrinhos e ver as figuras se mexendo, basicamente. Achei isso lindo e incrível! Outra coisa legal é o fato do estilo de desenho ser baseado nas animações do Batman dos anos 90, o que faz com que ele parece contemporâneo ao seu lançamento original e suas característica não mudem de lá pra cá. Há quem tenha criticado e achado que merecia uma produção mais moderna (claro, sempre têm de reclamar...), mas eu pessoalmente achei uma ideia bem legal. A dublagem de Mark Hamill (eterno Luke Skywalker) para dar vida ao Coringa é um espetáculo a parte...parece que ele nasceu pra isso, dando o tom certo pro Palhaço do Crime. Acho que nunca mais vou conseguir ouvir outra pessoa soar tão bem nesse papel...e Kevin Conroy como Batman não fica atrás.
Certo, agora vamos à única crítica negativa que tenho sobre a animação. Quem leu a HQ ilustrada pelo talentosíssimo Brian Bolland conseguiu sentir toda aquela atmosfera pesada, obscura e tensa apenas ao ver os desenhos nas páginas...havia algo de insano e impactante nas imagens, o que muitas vezes dispensavam palavras. Na animação, vi que os desenhos foram suavizados e não chegam a passar esse clima de peso que a história sugere. Ta certo que tudo foi baseado nas linhas de desenho dos anos 90, como eu comentei, mas acho que poderiam ter "pesado a mão" um pouquinho só, pelo menos em algumas cenas mais impactantes pra não perder o ar de obscuridade. Separei uns exemplo pra vocês de cenas que acontecem mais ou menos no mesmo momento, primeiro a HQ e depois a animação...vejam:


- A captura e tortura do comissário Gordon:

HQ

Animação


- A canção lunática que o Coringa entoa durante a sequência de tortura psicológica no comissário Gordon:

HQ

Animação

- O momento em que o Coringa se transforma no que conhecemos hoje:

HQ

Animação

Sentiram o que eu quis dizer?
Bom, eu não acho que isso tenha diminuído o filme em nenhum momento, mas acho que melhorar esse ponto conseguiria dar uma fidelidade de 5 estrelas.
No geral, gostei demaaais da animação! Adicionou um início apropriado, apresentou a história de forma linear e fiel, dublagem espetacular, não teve mudanças e adaptações bruscas no enredo, mostrou uma cena pós-crédito coerente e totalmente dentro do contexto. Conclusão: fez o que os leitores de livros e quadrinhos sempre esperam de adaptações para o cinema.
Fiquei muito satisfeita com o resultado e com certeza vou assistir mais vezes..recomendo a todos vocês que também o façam, pois é uma história tensa, envolvente e muito boa!


E assim fechamos mais uma semana de Projeto Blockbuster, geeks. Sei que o texto de hoje ficou longo e agradeço a todos que tiveram paciência pra ler tudo, mas era complexo demais e eu queria passar tudo que eu senti ao assistir.
Espero ver vocês semana que vem conosco novamente!
Até a próxima e tchaaaaaau! ;)


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