terça-feira, 26 de abril de 2016

#ProjetoBlockbuster [Semana #5] - Uma Mente Brilhante




[Continuando...]

Próximo de hoje!
Este sim é um drama em toda a sua complexidade! Baseado em fatos históricos, conta a trajetória do matemático e economista John Forbes Nash Jr., de forma adaptada para Hollywood, obviamente.
É um filme que eu achei que não me impressionaria, mas tive uma grata surpresa!
Vamos lá?



  • Título: Uma Mente Brilhante (Original: "A Beautiful Mind")
  • Ano: 2002
  • Gênero: Drama




Sinopse: Uma Mente Brilhante é baseado no livro A Beautiful Mind: A Biography of John Forbes Nash Jr., de Sylvia Nasar. O filme conta a história real de John Nash que, aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade. Brilhante, Nash chegou a ganhar o Prêmio Nobel. Diagnosticado como esquizofrênico pelos médicos, Nash enfrentou batalhas em sua vida pessoal, lutando até o fim de sua vida. [fonte]


Trailer:




Opinião: Essa é definitivamente uma história de força de vontade e superação na vida.
Logo no início do filme, nos é apresentado o hoje mundialmente famoso John Nash. Podemos logo de cara notar o seu comportamento "diferenciado", digamos assim, dos demais. O matemático antissocial e cheio de manias esquisitas é, ao mesmo tempo, admirado e hostilizado dentro do seu novo meio: a Universidade de Princeton. Todos sabem que se trata de alguém inteligente acima da média e que foi convidado a estudar lá por meio de uma bolsa, mas a falta de trato social de Nash não ajuda muito, apesar de conseguir fazer alguns poucos amigos.
O que podemos notar logo após a mudança de Nash para Princeton é a sua obsessão por querer descobrir e medir tudo, em busca de algo novo que possa ser usado na nova teoria que pretende criar, algo que seja inédito nos princípios matemáticos e que surpreenda e mude o mundo. Sim, percebe-se que ele é extremamente ambicioso neste ponto. Daí vem a sua mania de andar sempre com os bolsos da camisa cheios de canetas e lápis, escrever equações no vidros (ou onde achar mais apropriado), estar sempre anotando e decifrando coisas.
O objeto de sua obsessão acaba tomando forma em uma noite descontraída num bar, e nem lá o inquieto personagem deixa suas anotações e cálculos matemáticos de lado. Mas é nesta noite que, em resposta de algumas gracinhas de seus colegas, ele acaba criando a famosa "Teoria dos Jogos", também chamada de Equilíbrio de Nash. Não sou especialista em economia e muito menos em matemática, mas pelo que entendo desta teoria, ela tem o princípio de que a disputa de um objetivo por vários concorrentes anula a chance de todos, enquanto a cooperação destes mesmos concorrentes entre si, usando metodologias e caminhos diferentes para não "atropelarem" uns aos outros, colabora para o sucesso de todos. Existem vertentes e vários detalhes, óbvio, mas aí já não sei dizer rss. Me desculpem os entendidos se algo aqui estiver errado (deixem nos comentários para que eu possa corrigir rs). Também desenvolveu trabalhos para a geometria algébrica e criou o Teorema do Encaixe de Nash para a matemática, entre outras colaborações. Não é por menos que, anos depois, é considerado como um dos melhores decifradores de códigos do país, chegando a servir o Governo dos Estados Unidos.
Mas é aí que tudo fica mal, a meu ver. Pois, a partir desse momento da vida, ele começa a manifestar sinais de esquizofrenia e imaginar que está cumprindo serviços secretos para o Governo contra espiões russos e conspirações, dedicando boa parte do seu dia a "encontrar" mensagens subliminares secretas em revistas e jornais, imaginando estar sendo seguido e ter alucinações. O detalhe é que não sabemos que isto está acontecendo! O enredo engana a todos mostrando estes fatos como sendo verdadeiros, até que sua esposa Alicia, sua ex-aluna, percebe algo de errado e o manda para um tratamento numa clínica psiquiátrica. Neste momento que o filme choca a todos com o fato de que tudo não passou da imaginação de Nash durante o avanço da esquizofrenia, que ninguém sabia existir até então. Até chegamos a duvidar do que está acontecendo e que Alicia está enganada a respeito do marido, mas depois tudo é esclarecido e vemos que se trata mesmo da doença.
Esta fase do filme, para mim, parece ser ainda mais importante do que mostrar seus feitos para a matemática e a economia, mostrando o lado humano. Afinal, quem diria que alguém com o potencial mental de John Nash poderia desenvolver uma doença que mexe exatamente com o cérebro? Talvez seja uma pré-disposição genética ou mesmo desgaste mental por conta da sua obsessão por números e códigos, não posso falar nada uma vez que não entendo do assunto em questão, mas garanto que choca a todos imaginar uma situação dessas. Mas o grande ponto do filme é observar como ele reage a tudo isso depois de tomar ciência do seu estado de saúde. Lógico que a princípio ele nega e insiste que o que viveu é real, surta, chora e não se conforma, mas é impressionante as atitudes que toma a partir do momento em que aceita sua situação. É imprescindível mencionar que o apoio de sua esposa Alicia foi o ponto fundamental para esta mudança e ele decide colaborar para sua cura, ouvindo seus conselhos, fazendo tratamento e voltando ao convívio social. Este doloroso caminho é a parte mais bonita do filme, onde ele mostra sua superação e desejo de qualidade de vida, coisas que estava desesperançoso em reaver.
O ápice do filme (creio que não seja spoiler por estar em todas as sinopses e no trailer) com certeza é a sua indicação e depois a conquista do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, já idoso em 1994 depois de superar os efeitos da esquizofrenia.
É um filme emocionante...pensei no começo que não me atrairia, mas mudei completamente de ideia depois de perceber a complexidade deste enredo, que um dia foi real. Superação é pouco!
Um destaque é a atuação de Russell Crowe como John Nash, que no ano anterior havia interpretado o protagonista de "O Gladiador" (filme que a-m-o!) e por este motivo foi muito desacreditado para o papel, que esperava alguém sensível o suficiente para dar vida ao famoso matemático cheio de tiques nervosos. Mas Crowe surpreendeu a todos e mostrou toda a sua versatilidade artística, nos fazendo crer em cada movimento de Nash.
Vale lembrar também que o filme foi indicado a 8 categorias do Oscar e ganhou 4 delas: direção, roteiro adaptado, atriz coadjuvante e melhor filme, concorrendo inclusive com os icônicos "Moulin Rouge - Amor em Vermelho" e "O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel". Nada humilde!
É uma linda história, muito comovente, vale muito a pena ser assistido!


[Continua! - Postagem 2/3]


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